A passarela dos pobres é longa – uma cobra –
se diz procurando imagem e seu agon:
carros passam – adentram pela sua cloaca,
sem compromisso de horas e licenças.
Repito vezes sozinho o verso da tortura sem vingança
– tripudia a (s)chibata do insano –
ao desejado ouvidor que já morreu há anos.
O mundo perdeu todos os cheiros reais.
Sobraram novas narrativas e disrupções.
Abrasamentos quebram a monotonia da neve;
penas fingidas nas notas pretas do piano findam contudo.
Apetência às sobras em horas de sino sem sino mais.
Um poema nasce no aipede e rasga a noite
marca barbante.
1.