Pelos amigos, emudeço.
Foram picados pela dualidade
dos pares de opostos.
E ficam, cada um deles,
agarrados ao seu totem
rajásico como musgo cego.
Mas eu os amo. Um amor
com a magia do silêncio,
que não fere e nem desbota.
15.9.19
Alfredo Rossetti
Pelos amigos, emudeço.
Foram picados pela dualidade
dos pares de opostos.
E ficam, cada um deles,
agarrados ao seu totem
rajásico como musgo cego.
Mas eu os amo. Um amor
com a magia do silêncio,
que não fere e nem desbota.
15.9.19
Envolte-te neste agora.
Sei que queres com teu manto negro.
Sabes o momento que frágeis em mim
as palavras, o rompante de bardo,
as setas certeiras que hoje não fulminam.
Nem quando doces versos
nem com a aridez que temes.
Despeja teu fel, que sei imenso,
que conheço cheiros e braços
e o piso de mangue
que instalas e sonhou instalar
vida afora, rechaçado por rimas
e outras catapultas que enfrentaste.
Vem, deixo-te sorrir hoje por letargia,
restos de suspiros, avidez de resguardo.
Mas somente hoje.
Amanhã não encontrarás
esta incerteza em minh’alma.
22.8.16
Na beira deste ribeirão
Bem longe do Pantanal
Uma garça destoa da paisagem
Não por estranha
Mas por bela branca altiva
Antes de ver o tudo ali
Eu já sabia deste poema
Adormecido
6.8.19