Neste momento, sinto-me feliz. Não fosse a minha mente eu até arriscaria o advérbio plenamente.
1.5.22
Hoje, mais que nunca no Brasil, estamos frente à aporia drummondiana:
– “E agora, José?”
1.5.22
Toda evolução no mundo passa por uma reinvenção.
30.5.22
Ando (como sempre andei) em desordem.
Tudo dentro se move ao carrossel veloz do Zoo.
Um autorretrato meu só em um tríptico.
ESSÊNCIAS DA NOITE 2008
MUNDHOJE 2006
mundhoje
1.
a vida arrastada pela correnteza dessa era semovente. – sem um sibilo
a confirmar: os trilhos de ferro nunca mais se encontrarão para amar
2.
o mortal primata
toma o mato
extirpa o curupira
mata a mata
fazdeconta que respira
e expira
na sucata
3.
o mundo velho de guerra
acorda/dorme em guerra
o mundo do reclame:
um mitômano vexame
o novo mundo bytexpandido
cheio de bandidos
sobrou o onde
esteja o onde
onde o onde
se esconde
4.
o fuga-dor é ator
no mundhoje alterna dor
mais que fingidor gera dor
o monitor gera o fuga-dor
5.
só se fala uma fala
a fala mesma
a fala leite
a fala jeans
a fala TreVa trava a fala
a vanifala
afala as bocas
6.
o fast afasta a pausa
o fast afasta o pouso
o fast afasta o gosto
o fast afasta o aposto
7.
SOCIEDADE
SACIEDADE
11.03.2006
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ruidosos
moto passa por meus ouvidos
porta de entrada
à baila da emoção indesejada
a não calmaria desavisa que nada
mais é antes
nas ruas em que rodas triunfantes
freiam a vida – que enfeia
o olho de vidro do ruído ateu
ata meu sonho pigmeu
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casmurros
eu poemo
tu poemas
ele poema
nós poemamos
vós poemais
mas
eles desveneram neologismos
10.04.2005
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godot
para o Henrique França, em saudável contenda
não faço
não vou
no espaço
sou
palhaço
de deus
esperandoestou
9.2.2005
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quixote
o sonho
pó
a vida
mó
27.10.84
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hora perdida
passo pela hora igual – não consigo desfiar a canalhice
da velhice da corrupção na minha poesia inimiga
que importa ao cidadão votado
senão que a consciência lhe diga
de manhã à noite
que ética é nunca ser derrotado
essa condição de que nunca há fadiga
nutrida pela pele do lobo pluridentado
protegido pela lei abissal do código superado
que nos enfronha nas mente como intriga
me torna fraco o acordo mutual
permito que essa ambição vocacional siga
enquanto entrelaçada numa rede nacional
minha cidadania me castiga
(mas será que não tenho nada melhor a fazer
do que versos sobre esse imperecível ritual?)
este Brasil é uma porta que me fecha
me desliga
02.02.2006
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jesus cristo
do orto
ao horto
a porta da luz
o preter-natural porto
sem cruz
23.03.2005
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receita
recicle seu passado
faça dele
papel higiênico
9.12.2003
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renovoo
após
o pós
o neo
urde
o retrós
02.07.2005
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passos viscosos
resíduos morais
calcorreiam olhos de ratos
no chão de relvas desalentadas
chão de raízes chorosas
frutos pútridos de urnas inconscias
bocas desdentadas
manhãs que se sonhara radiantes alvoram castradas
o sorriso que gela
o coração em ardência
(instante que a dor sela)
ferida aberta que a notícia traz
repisar no que envergonha
vislumbrar somente vasa
excremento ou peçonha
estigma que consome
o viver sem lustre
vontade inexcedível
de não se querer sequer um nome
18.7.2005
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16.4.22
Nada mais distante do Cristianismo que as palavras de Jesus
13.4.22
O Amor é um estar no interior do outro.
3.4.22
Busque a verdade sobre tudo, mesmo que isso lhe afete ou cause decepção. No final, verá que ao tirar o véu daquilo que estudou, pesquisou e descobriu, será a sua própria liberdade.
26.3.22
O cultivo ao conhecimento nestes tempos incolores em que vivemos, pode ser uma linha reta à solidão.