Despejo meu lirismo na latrina do Rei.
Sufoco o dia como os Pios de Roma, posto trazer em si um novo Sol, que prenuncia algo de novo, de reiterados embriões.
Estou noctívago e barroco.
Penso que o momento cansa a vida, sua vítima dileta.
Mas descubro que o país já me aterrou muito mais. Essa falta de traquejo em dor cívica me embaraça: acabo misturando horrores.
O que o tempo traz. O que o tempo abandona. O que o país estarrece. O que nos vicia. Se o tempo nos cadaveriza, o Brasil me apunhala aos poucos.
Lâmina afiada nas mídias retalham corpos e credulidades.
Confianças extenuadas de tanto atoleiros no barro desta estrada que nos conduz do parto até a morte.
Não tenho clarificado em mim se a cada dia sou um brasileiro velho que toma a chuva do tempo ou do país. Sei que ambos não mais riem de minha idade. Nem o tempo nem a Nação. Mas da esperança, sei não.