
14.1.16
o país
se espanta:
dinheiro
como fogos de artifício
no céu
anil de tanto artifício
real espanto
no país
que se agudiza
mas não exaure
enquanto
existir o até quando
ou a eternidade
dessa espiral
se espanta:
dinheiro
como fogos de artifício
no céu
anil de tanto artifício
real espanto
no país
que se agudiza
mas não exaure
enquanto
existir o até quando
ou a eternidade
dessa espiral
1.12.15
quando não
se almeja
além da véspera
(última e pálida
visão de contentamento
no quando o mundo
viceja
vivo
como uma escada
a se descer)
abraça-se
de novo
o abandono
até o próximo grito de um lápis
se almeja
além da véspera
(última e pálida
visão de contentamento
no quando o mundo
viceja
vivo
como uma escada
a se descer)
abraça-se
de novo
o abandono
até o próximo grito de um lápis
30.11.15
meus versos
nascem do otium
incrustado
aos meus dias
minha liberdade
diz não
aos vorazes dentes mercantis
não paga tributo
a não ser
a mim mesmo
e à angústia
de cada hora
que não
é de volta
e meia
nascem do otium
incrustado
aos meus dias
minha liberdade
diz não
aos vorazes dentes mercantis
não paga tributo
a não ser
a mim mesmo
e à angústia
de cada hora
que não
é de volta
e meia
29.11.15
em voo solo
jacto-me
em viver palpitando
versos
arteiros
e luzes de comprovação
minha poesia
atesta
antes de tudo
que vivo
simbioticamente
com o sonho
jacto-me
em viver palpitando
versos
arteiros
e luzes de comprovação
minha poesia
atesta
antes de tudo
que vivo
simbioticamente
com o sonho
23.11.15
24.11.15
retrato do passado
(bigode
ou asas de morcego?)
fatos por detrás
da foto
a vida veio embora
trouxe-me
ficou lá
a dor cismada
hoje senão
senhora
(bigode
ou asas de morcego?)
fatos por detrás
da foto
a vida veio embora
trouxe-me
ficou lá
a dor cismada
hoje senão
senhora
22.11.15
mudei pensamentos
arrependidos
preparei a bagagem
que levarei
aos sonhos
aguardei o chá
quente
esqueci de todas as horas
cansadas
fechei os olhos
dormi
nossa (melhor)
rota de fuga
é o amanhã
arrependidos
preparei a bagagem
que levarei
aos sonhos
aguardei o chá
quente
esqueci de todas as horas
cansadas
fechei os olhos
dormi
nossa (melhor)
rota de fuga
é o amanhã
21.11.15
pedras portuguesas
sem sombras
sob meus pés
um rasgo de jornal
(veio pelo vento impreciso)
leio
a palavra corrupção
que o vento
não leva
não lava
fosse um ciclone
também não
sem sombras
sob meus pés
um rasgo de jornal
(veio pelo vento impreciso)
leio
a palavra corrupção
que o vento
não leva
não lava
fosse um ciclone
também não
28.11.15
ajusta
o silêncio
à tua
percepção
sintoniza
teus sentidos
e morre
por um minuto
nada em vida
supera
um renascimento
o silêncio
à tua
percepção
sintoniza
teus sentidos
e morre
por um minuto
nada em vida
supera
um renascimento