um mundo
a cada átomo
num segundo
a cada mundo
num átimo
envelheço
no mundo
que meço
atomizado
cada passo
no espaço
que vergo
strangeletizado
o aço
das cinzas
de um laço
do recomeço
Alfredo Rossetti
um mundo
a cada átomo
num segundo
a cada mundo
num átimo
envelheço
no mundo
que meço
atomizado
cada passo
no espaço
que vergo
strangeletizado
o aço
das cinzas
de um laço
do recomeço
ao mago Hermeto Paschoal
a tarde
a chuva
a janela
a vida
a vida
da janela
na chuva
de tarde
tarda a vida
na chuva
da janela
a janela
da vida
na chuva
de tarde
a chuva
na janela
da vida
de tarde
a vida
é tarde
é janela
a chuva
é vida
a vida
nasce
a vida
morre
na tarde
(enquanto isso lá fora
a chuva e a tarde
se enamoram
por um canto de jardim
cá a janela
introduz na vida
como um novo amor:
o olhar
por fim o olhar
e o jardim
cumpliciam-se
com a tristeza
do ocaso)
a sacola passa
e ultrapassa
a massa
a seita cresce
e escurece
a messe
a plebe
submissa
purga omissa
a sacola cresce
e ultrapassa
a seita
e escurece
submissa a plebe
omissa
purga
a messe
e a missa
passa
.
prenuncie
a letra
pronuncie
o nome –
a palavra
profetize
arrume
a rima
reme
em rumo
da não meta
a metáfora
fora
de uma cor
rente
à corrente
da vaga
que surge
a grave
que supre
a suprema
forma
do canto
qual santo
acalanto
#
poetize
sempre
poetize
quando
#
mate não tema
anátema
da gema
mate não
aparte
arremate
o lema
mate não
clame
chame
o fonema
embate
o tema
poemate
me caço
sem laço
não me acho
nem em cima
nem na rima
nem em facho
me calo
no embalo
que quem fugiu
– vassalo –
e dormiu
quando ao sol
surgiu
no gargalo
e ruiu
num pequeno
e sutil
estalo