resíduos morais
calcorreiam olhos de ratos
no chão de relvas desalentadas
chão de raízes chorosas
frutos pútridos de urnas inconscias
bocas desdentadas
manhãs que se sonhara radiantes alvoram castradas
o sorriso que gela
o coração em ardência
(instante que a dor sela)
ferida aberta que a notícia traz
repisar no que envergonha
vislumbrar somente vasa
excremento ou peçonha
estigma que consome
o viver sem lustre
vontade inexcedível
de não se querer sequer um nome
18.07.2005