Envolte-te neste agora.
Sei que queres com teu manto negro.
Sabes o momento que frágeis em mim
as palavras, o rompante de bardo,
as setas certeiras que hoje não fulminam.
Nem quando doces versos
nem com a aridez que temes.
Despeja teu fel, que sei imenso,
que conheço cheiros e braços
e o piso de mangue
que instalas e sonhou instalar
vida afora, rechaçado por rimas
e outras catapultas que enfrentaste.
Vem, deixo-te sorrir hoje por letargia,
restos de suspiros, avidez de resguardo.
Mas somente hoje.
Amanhã não encontrarás
esta incerteza em minh’alma.
22.8.16
DA ANGÚSTIA